New Dawn Metal Fest: Headstone

por Paulo Trindade

Os Headstone, formados em 2006, são uma banda de Thrash Metal portuense, liderada por Augusto Peixoto (baterista de Cycles e conhecido pelas suas anteriores experiências em Dove, In Solitude, etc) bem conhecida no circuito metaleiro portuense. A banda que substitui Cycles no New Dawn Metal Fest vem dar a conhecer o seu percurso pelas palavras do seu vocalista, Vitor Franco.

Para iniciar agradecia uma pequena retrospectiva da vossa carreira desde a formação em 2006 até à data actual.

Parece-me que os primeiros tempos da banda foram os mais agitados. Com um tempo de vida de poucos meses aconteceram logo os primeiros concertos e, também pouco tempo depois, as primeiras alterações no alinhamento da banda. Fora isso, a “rotina” tem-se mantido; compôr, ensaiar, compôr, ensaiar, e saltar para um palco quando a oportunidade surge, e a malta toda pode.

Acho que fazemos isto de forma tão descontraída e desambiciosa que, quando damos conta, já lá vão dois anos!

Com cerca de 2 anos no activo e com um bom naipe de actuações ao vivo, será justo esperar por um registo de Headstone em breve? O que têm previsto a curto prazo?

Bem, a verdade é que os Headstone, já há algum tempo, se vêm debatendo com alguma dificuldade apenas para manter a regularidade desejada no que toca a ensaios.

Sendo esse um dos pilares numa banda, basta estar, de algum modo, fragilizado para inibir quaisquer planos para lá da rotina da “garagem”. Todos trabalhamos (felizmente, diga-se!) e são os horários de cada um que, meia volta, complicam o esquema.

De qualquer forma, o espírito que se vive na banda é o de levar as coisas “na desportiva”. Todos os elementos andam nisto há tempo suficiente para esperarem apenas divertir-se com o que fazem, sem esperarem grande coisa em troca, ou projectarem grandes planos.

Por agora, vamos tentando arranjar uma oportunidade para aproveitar o equipamento que temos na sala, e tentar gravar dois, três ou talvez quatro temas em condições, pelo menos para ter algo decente no MySpace. Para lá disto, é nevoeiro…

Falando de concertos. Vocês têm aparecido com alguma regularidade em eventos. Especialmente na zona do Grande Porto. Sentem que o facto de alguém com o percurso do Augusto Peixoto integrar tem algum peso para surgirem esses convites?

Obviamente que o Gusto, andando nisto aos anos que anda, conhece meio mundo. E esse meio mundo conhece o Gusto, o que facilita, sem dúvida, a tarefa de colocar os Headstone nesta ou naquela data.

Mas, mais do que isso, é a perseverança que ele continua a ter (ao fim de tantos anos!) que faz muita coisa acontecer. Isso é reconhecido e valorizado, e as oportunidades acontecem.

Actualmente existe uma grande burburinho sobre a diferenças entre chamado Thrash Old School e o Thrash actual. Havendo até algum pessoal da “velha guarda” a torcer o nariz às nova sonoridades.

Vocês, será justo afirmar, são dos poucos representantes nacionais da linha mais tradicional. Como vêm esta discussão?

Pessoalmente, acho que talvez a grande diferença seja a nível de vozes. Parece-me que as bandas actuais apostam cada vez mais em vozes berradas ou guturais. E, a fazer esta divisão, somos claramente mais próximos do tal thrash old school.

Mas acho que isso nos passa um pouco ao lado… O Carlos e o Gusto são, talvez, quem mais puxa para uma certa sonoridade thrash. No entanto, eu e o Pedro, como gostamos bastante de “hard n’ heavy”, equilibramos a coisa, por assim dizer. O resultado final acaba por ser, se calhar, um pouco paralelo à própria cena thrash, seja ela “old” ou “new school”. Mas não sei, sinceramente, o que te diga… queremos é rock!!!

Alguns elementos (Augusto e Vera) integram outra banda já com um percurso maior, os Cycles. Isto levanta sempre o tipo de questões do género: Como têm conciliado as duas bandas. Não acabarão por dar mais relevância a um projecto em detrimento de outro?

São bandas com sonoridades bem diferentes, e ambições bem diferentes também. Mesmo partilhando membros e sala de ensaio, creio que são questões que não se justificam. Em Headstone temos perfeita consciência do lugar que os Cycles ocupam na cena nacional. Como te disse na primeira questão, os objectivos dos Headstone são, e vão sendo, de relativo curto prazo: manter ensaios regulares e ir dando concertos. Dificilmente este tipo de perspectiva pode criar mossa numa banda de ambições bem maiores, como os Cycles. Além disso, a relação entre as bandas é do melhor que se pode esperar!

Se algum dia a coisa der para o torto, num ou noutro lado, isso dever-se-á, certamente, a questões inerentes a cada banda, e não devido a esta… “simbiose”.

Vem ai New Dawn Metal Fest numa casa que bem conhecem. Quais as vossa perspectivas?

Não sei se toda a gente estará a par, mas este festival deveria ter os Cycles e os Mindfeeder no cartaz. Por razões de saúde do vocalista, os Cycles viram-se forçados a cancelar. E aqui entraram os Headstone. Depois, veio também o cancelamento dos Mindfeeder. Em lugar deles, e com grande sacrifício, por se tratarem de impedimentos de última hora, o Léo conseguiu trazer os seus Castle Mountain.

Quando tudo parecia estar finalmente pronto, mais um azar acontece: o Carlos parte um dedo da mão direita! Chegamos a pôr a hipótese de cancelar a nossa actuação, ou melhor, foi uma hipótese que surgiu automaticamente, claro! O que quisemos foi remar contra isso. Estando o Gusto tão envolvido na organização, e tendo havido tanto sacrifício para se manter o festival, mesmo depois de Cycles e Mindfeeder cancelarem, decidimos tocar na mesma. Com uma guitarra a menos, vamos lá para cima… mancos, mas vamos!

Perante tudo isto, é óbvio que as espectativas só podem ser, no mínimo, algo reservadas. No entanto, fazemos questão de que todos os nossos concertos sejam uma grande rambóia! E este não o será menos, com certeza!

E regressar ao IndyCat é sempre um prazer! É um local com bem mais do que o mínimo das condições, onde as bandas são sempre bem acolhidas, e o Indalécio faz questão de que nada falte ao pessoal.

Qual a vossa opinião sobre a cena nacional. Quer musicalmente, quer como movimento. Não raras vezes o Augusto tem proferido algumas criticas sobre determinadas situações que tem verificado. Qual a opinião dos elementos da banda em geral?

Cada um terá a sua opinião mas, como banda, a impressão que temos é que cada vez menos compensa ir tocar para aqui ou para ali, com o material às costas e com grandes sacrifícios, a nível pessoal. E quando digo “compensa”, já nem estou a falar de lucro ou apenas de cobrir despesas, etc… O que acontece é que vão sendo cada vez mais frequentes os concertos em que o público, além de mais duas ou três pessoas, são as próprias bandas! Se isso se deve à crise ou à frequente coincidência entre datas de diferentes eventos, não sei…

Tão ou mais frustrante do que ver tão pouca gente nos concertos, é ver depois tanta gente em fóruns, aparentemente com tanto para dizer sobre as bandas e a cena. Dificil de entender…

Objectivos para 2009…

Continuar com o bom astral! O que conseguirmos para lá disso, é prémio!

Ultimas Palavras

Vemo-nos dia 13, nas Medas!!!… E, porque não? Boas festas e boas entradas!

2 comentários to “New Dawn Metal Fest: Headstone”

  1. Forca Vitro! Da-lhe que um dia ainda vais ser grande! Ca’, deste lado e’ sempre bom receber noticias vossas. Espero que os espectaculos corram bem e continuem a fazer as coisas por gosto porque, afinal e’ o que importa! Boa entrevista, conhecendo o Vitor ha’ muitos anos acho que as afirmacoes que faz nao podiam ser mais sinceras. Um abraco e FORCA \m/

  2. grande Vitor sempre disponivel amigo e um verdadeiro amante da musica!…
    o NewDawn foi sem duvida uma grande noite de boa musica… um verdadeiro intercambio entre norte e sul sem Tangas!!!…
    o pessoal foi digno de ter sala cheia (pena é o pessoal dos foruns so escrever e não aparecer dar corpo e alma ao movimento)

    abraços a tds especialmente ao VITOR pela entrevista e ao Augusto e Léo pela organização!…

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